O Dia Em Que Ele Pagou Por Todos Os Seus Pecados

Belmont, Aquiles Belmont. Em um domingo entediante ele entra em seu carro e efetua os últimos retoques em seu plano; dirige-se para um posto, “seu posto”, de gasolina e abastece o carro para a sua próxima aventura.
Reservara a tarde para ir à um “puteiro” apenas para uma ou duas cervejas, conversar com alguma garota e logo voltar ao seu lar para aproveitar um pouco mais da tarde e arrumar algumas coisas que estavam meio abandonadas em sua casa ou não.
Pegou a pista e dirigiu-se de sua cidade para a cidade vizinha sem nenhum transtorno. Havia posto pouco combustível em seu carro mas como ele era muito econômico o pouco era mais do que necessário.
Foi direto ao foco, passou por uma pequena estrada “de chão” e após alguns instantes chegou à entrada do prostíbulo que por sinal estava fechada. Havia um carro lá dentro, um carro velho lá fora e alguns sujeitos na casa.
Deixou o carro parado, ainda com a frente do CD Player a mostra, sem o freio de mão puxado e dirigiu-se à entrada do bordel.
Disse algo como: “A casa ta fechada?”
E então uma das garotas deslocou-se em sua direção, com roupas escandalosas porém encantadoras e respondeu: “Hoje é só programa. A gente só ta fazendo programa, meu anjo.”
“E quanto sai o programa?”
“50 reais da garota mais 15 reais pra levar ela, por uma hora.”
“No caso, tem que levar ela pra um motel? Vocês não têm quartos aqui?”
“É, você pega ela aqui e leva pra um motel”
“Ah ta, beleza. Eu vou buscar alguns amigos na cidade e já volto.”
“Então ta. Tchau.”
“Tchau.”
Pensou em ir a outra casa da luz vermelha todavia repensou e “melhor não”. Veio revisando o caminho e tentando relembrar uma parada que estava no seu caminho de volta para caso; muito receoso de confundir o local com alguma chácara que seria nada mais que um recanto familiar e deste modo arrumar confusão.
Passou pela cidade vizinha e novamente não houve imprevistos até o momento em que se aproximava da saída da cidade.
A carona foi dada.
Uma mulher de 37 seus anos passados, talvez um pouco mais, talvez um pouco mais ainda, fora de cogitação a possibilidade de ser um pouco mais jovem, mas no fim das contas o que importava não era a idade -não- isso não tinha nada haver.
Veio dizendo que sempre gostava de ir à cidade de Aquiles. Perguntou por que o som estava desligado e ele lhe disse que era porque ele estava ouvindo um mp3 de rock e ela provavelmente não gostaria do som. Ela retrucou, falou que sim, gostava de rock, mas só daqueles mais “suaves”; ela gostava das músicas de Raul seixas e as escutava exaustivamente sem se cansar delas.
Depois de um tempo perguntou se ele era casado e ele respondeu que não –oras-; ela era desquitada e o motivo da separação foi o fato do marido querer sair sozinho para as festas e “barzinhos”.
Ela teve sorte de ter pego carona pois havia perdido o último ônibus ( será que tinha perdido mesmo? Hum, duvido) e logo depois ele soube que ela tem um ou dois filhos e que logo mais estaria voltando para a sua cidade.
Trocaram nomes.
Ela disse que o que importava era a personalidade da pessoa, o jeito de conversar. Nomes são apenas meros detalhes. “Eu por exemplo lembro do nome de algumas pessoas que não converso mais e não gostaria de ver novamente.”
Perguntou educadamente onde gostaria que ele a deixasse e ela falou que seria ótimo se ele a deixasse em um quiosque.
Lá vai ele, morrendo de vergonha de aparecer com ela na cidade e para “ajudar” o local onde ela iria parar não estava atendendo ainda e ela insistia para que ele fosse com ela a um pequeno trailer tomar cerveja.
Evidentemente ele não foi e alegou que deixaria ela no local onde se encontravam.
“Onde cê ta indo?”
“Vou à praça, encontrar uns amigos.”
“Me leva junto.”
“Ih, não vai dar...”
“Já sei, vai encontrar ela, a outra.”
“Vou nada. Vou encontrar alguns amigos que são roqueiros. Você não vai gostar do papo deles.”
“Ah, ta bom você já me trouxe até aqui.”recanto familiar e deste modo arrumar confus seu caminho de volta para caso; muito receoso de confundir alguma asa ou n
Depois de dar a volta no quarteirão parou o carro em uma esquina, sem desliga-lo, e por volta de um minuto ficou abismado contemplando a situação.
Procurou um caminho alternativo e chegou a casa de um amigo. O amigo não estava.
Rodou pela cidade até se dirigir a sua morada.
Em um bairro próximo a sua casa notou o cheiro de “puta” dentro do carro; aquele odor de perfume barato, e derramou um pouco do popular “cheirinho” no banco do carro para ver se amenizava um pouco mais a situação.
Morais da história: 1ª Quando for fazer alguma merda, vá acompanhado, nunca vá sozinho 2ª Na dúvida, não dê carona, a vergonha que vai passar pode ser maior do que a boa ação que vai realizar 3ª e última Tente evitar ao máximo programas de índio.
E lá vai ele pensar na vida novamente. Aquiles, Belmont Aquiles...

1 comentários:

Toninho Moura 27 de novembro de 2009 às 12:34  

Na vida a gente está sempre aprendendo, de um jeito ou de outro.

Braços!

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