Pequeno Manual de Dominação Global

“O Pinque, o Pinque e o Cérebro, o Cérebro e o Pinque; pararapa pa pa”

Dilador Salazar Volta, sim, este era, ou melhor, ainda é o nome dele. Tinha, não tem mais, o sonho de dominar o mundo e de repente decidiu se matricular em uma escola de kamikazes não suicidas.
Seu apelido, uma corruptela de seu nome, “Di Salvo”. Sr. Salvo. Este possivelmente foi “o” cara.
“Porque eu sou um cavalo e o mundo é o meu estábulo.”
A escola de Kamikazes não era bem o que ele queria. Estava mais para um “cama e case”; durante uma época sonhou em ser um Lex Luthor, mas não tinha cacife nem intelecto suficientes para isso”. Durante um acesso de raiva surtou e foi passar uns dias com uns amigos de uma favela “Didi o CARALHO, meu nome é Zé Pequeno PORRA!!” mas passados os momentos esquizofrênicos estava ele de volta a sua vidinha pacata; detalhe: durante sua pequena estadia levou duas facadas e um tiro de bala perdida na coxa e os motivos não eram mulher nem dinheiro, tampouco drogas.
Tentou uma investida por meio de mídias sociais, todavia as pessoas não davam nenhuma atenção a ele. Achava um absurdo quando um famoso dizia em uma página de site de relacionamento: HOJE COMI UM SOBERBO SALMÃO MARINADO!!! +_+ // E era ovacionado.. Aeee uhuuul, arrasou; e quando ele lia um artigo que dizia: “CIENTISTAS DEBATEM NOVA HIPÓTESE DE CRIAÇÃO DO UNIVERSO” ia nesta mesma página e comentava “Eu já havia pensado a respeito disso paralelamente aos cientistas, sem ninguém ter me contado sobre esta teoria” o povo replicava dizendo: O chato, xaropão, vai arrumar o que fazer; é por isso que você não come ninguém.
“O que eu quero dominar? O que eu quero dominar? Eu quero dominar é a puta que te pariu!!!!!” Desabafava.
Decidiu morar com a sua avó, anciã esta que o havia criado. Dinheiro não era problema, pois havia recebido um generoso prêmio de loteria que depositado em uma conta bancária renderia juros que poderiam sustentá-lo por uma vida. Sua rotina era acordar às onze da manhã, tomar café, tocar violino até meio dia e meia, passear em um carro conversível com a avó, voltar para casa, tomar algumas doses de uísque, dormir um pouco mais, ir para a faculdade, ir para alguma festa, voltar novamente para casa e sonhar, sonhar nos dois sentidos.
Tentava descobrir algo que já sabia. Tinha um sonho que só o seu inconsciente conhecia. Seu subconsciente maquiavélico o deixava louco sem nenhuma razão aparente e aleatoriamente começava a pensar em palavras estranhas que ele gostava e até as achava bonitas “concomitantemente”, “idiossincrasia”, “paulatinamente”, ”ostracismo”, “esporadicamente”, ”polichinelo”; no fim das contas a única certeza era a de que tinha um sonho e era perturbado por não saber ao certo qual era este sonho e nem para que servia sonhar se na verdade os sonhos não podiam ser pegos com as mãos e ele só dava, ainda dá, valor ao que pode ser pego com as mãos.
“O que é este sonho e para que serve sonhar se na verdade os sonhos não podem ser pegos com as mãos?”
Ficou a se indagar se realmente as pessoas dançam como fodiam e vice versa. Ouviu isso em algum lugar e achou que aquilo realmente fazia sentido. Este raciocínio não saía de sua cabeça. Mulheres que dançavam escandalosamente teriam uma tendência a serem mais fogosas e boas de cama, já pessoas “travadas”, duras, não deveriam entender muito do assunto. Ele particularmente dançava razoavelmente bem.
Engravidou uma garota. Não nutria sentimento algum por ela. Decidiu então pagar uma pensão e vê-la só quando fosse realmente necessário. A família dela queria optar pelo aborto mas ele achou que seria um absurdo, um atentado cruel contra uma vida inocente. Sendo assim tiveram a criança. O nome da criança? Não importa..
Começou a ter neuroses devido a sua insistência por sonhos. Não sabia o que fazer e pouco a pouco foi perdendo tudo o que tinha. De dominador passou a ser um dominado. Ferrou-se por muito tempo. Perdeu-se por muito tempo. Acabou-se por algum tempo........................................................................................................................................................
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Aos poucos a vida volta aos seus trilhos. Escreveu-se certo por linhas tortas?
Aproveite o espaço acima para, expor a sua versão dos fatos.
No fim das contas ele percebeu que quem muito sonha nada pode.
Posso?!

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