Estranha necessidade de solar com a sua guitarra, improvisando, tocando em alto e bom tom. Distorção, ruídos, microfonia. A fissura de ser embalado pela música, ficar absorvido pelos acordes; a melodia extravagante. Emergir em meio ao mar das tônicas, terças e quintas, etc, etc e etc...
Fêmea de sagacidade felina, disfarçadamente sai de um motel, de uma cidade vizinha, cidadezinha do interior, muito diferente da caótica metrópole onde vivia. O efêmero amante vai sair daquele recinto do mesmo modo ao qual entrou, de táxi, sem saber nem onde, nem quando vai encontrar novamente aquela voluptuosa mulher; isso se ele voltar a encontra-la.
Autor falido, poeta mal falado, marido abandonado, familiar caricato. Um ser de múltiplos desejos e escassas realizações. Ensejos mal direcionados.
O casamento não ia bem das pernas mas eles meio que já estavam acostumados a situação e nem pareciam perceber se havia algo realmente errado. Ele fingia que não via e ela fingia que não errava e neste jogo de fingimentos não existia vencedor nem tampouco perdedor.
Não havia qualquer rastro de concordância quanto a uma possível visão maniqueísta pairando sobre o ar.
Lá estava ele voltando pra casa depois de receber o pagamento por um bico que havia feito (tocava em bares, em uma banda , com mais três amigos), parou em um buteco para tomar um conhaque antes da chegada ao lar; tomou-o rapidamente e logo se dirigiu a sua morada. Encontrou a sua esposa mandando beijos para o pai, porém com uma voz rouca e sensual, e admirando uma nova lingerie, a mais provocante que poderia existir.
Tomou seu Diazepam e sua Vodka e acordou um dia e meio depois; muitas águas já haviam rolado. Espantosamente voltou a dormir por mais três horas e quando acordou novamente, sua esposa estava a sair com suas estonteantes amigas e naquele mesmo dia, inesperadamente voltou cedo para casa.
Tornara-se muito carinhosa para com ele, fazia tudo o que ele queria e pedia para ele checar suas mensagens no celular. Ia com ele a vários lugares e tudo estava ficando até sufocante de certo modo.
Morre um parente distante no interior e ele por livre e espontânea pressão tem que comparecer ao velório. Ela insiste muito em acompanhá-lo mas ele não permite, de modo algum. Enquanto ele estava no velório, ela vai à uma chácara festejar em um churrasco, com algumas amigas (as que ele mais odeia) e alguns sujeitos boêmios, criaturas que só pensavam em bebidas e sexo... não preciso nem dizer como tudo terminou, preciso?
Ela conhece um rapazinho novo, se apaixona e passa a viver, não morar junto, com ele. Ele reencontra uma antiga paixão dos tempos de escola, que agora está morando na capital e passam a ter um relacionamento amoroso.
A vida os joga em diferentes direções, mas não por muito tempo. Os quatro em uma casa de swing.
Vontade + Inteligência Para Trair
Postado por
Deus Ex Machina
segunda-feira, 14 de dezembro de 2009
1 comentários:
O Dicas Sobre Nada deseja-lhe um 2010 ainda mais belo e criativo. Braços!
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